O ensaio de fotografia documental aborda a paisagem singular e a rica biodiversidade das reentrâncias, focando também o cotidiano dos pescadores artesanais que povoam esta costa, por meio de histórias simples, que têm na força do homem a dignidade do povo do mangue. Vidas dedicadas ao mar, rios, igarapés e manguezais.

"Desde 2014 venho me dedicando, de forma sistemática e respeitosa, a este projeto fotográfico que documenta os guardiões do maretório amazônico, comunidades costeiras esquecidas e invisibilizadas, além de também registrar a magnitude da costa amazônica e sua resiliência frente ao impacto da crise climática global.

A narrativa é uma fotografia documental humanista que nos mostra como comunidades costeiras vulneráveis ​​coexistem com florestas de mangue ainda preservadas. Qual é o papel da cultura tradicional para conservar o litoral amazônico e como podemos aprender com eles? Pescando na lama dos manguezais e vivendo em áreas litorâneas remotas e com baixo nível de governança, essas comunidades costeiras nos mostram uma convivência de respeito entre homem e natureza”. Enrico Marone

A fotografia autoral mescla-se aqui com uma abordagem entre etnofotografia, arte e ciência, numa estética rigorosa atenta à informação, composição, e contraste que marcam a dura vida das personagens que vivem num ambiente que desafia sua própria sobrevivência.